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Introdução
A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) realizou um estudo global incluindo 14 países --nove nações do G20 (Brasil, China, França, Alemanha, Itália, México, Rússia, Arábia Saudita e Turquia) e outros cinco não-integrantes desse grupo (Geórgia, Holanda, Peru, Portugal e Espanha)-- com um objetivo: entender o nível de letramento financeiro dos micro e pequenos empreendedores.
O estudo também buscou compreender o nível de bancarização, a forma como é feita a gestão financeira dos negócios, além de apurar o conhecimento de termos financeiros como risco e inflação, identificar os impactos da pandemia do coronavírus nos negócios e até mesmo o grau de transformação digital necessário para manter as empresas de pé durante a crise econômica e sanitária.
No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abraçou a causa, tornando-se a parceira local da OCDE. Para realizar o estudo que apresentamos agora, convidou a ANBIMA, com a qual mantém um acordo de cooperação para projetos e estudos que envolvem educação financeira. A pesquisa, feita por meio de entrevistas telefônicas, avalia conhecimentos, habilidades, comportamentos e atitudes que tendem a influenciar a tomada de decisões para a sustentabilidade e o crescimento dos negócios.
Nesta página, você tem acesso aos destaques do levantamento. Ao clicar aqui, você pode baixar o relatório com os prinicipais achados da pesquisa.
Bancarização
O nível de bancarização do micro e pequeno empreendedor brasileiro é elevado: 93% têm conta corrente ou poupança em alguma instituição financeira. A preferência é por instituições que possuem unidades físicas de atendimento: 90% têm conta corrente ou poupança em bancos, correspondentes bancários, cooperativas de crédito ou outra instituição tradicional; 21% possuem conta corrente ou poupança em bancos e instituições financeiras digitais e, portanto, sem agências físicas. A soma ultrapassa 100% porque algumas pessoas têm os dois tipos de conta.
O levantamento mostra ainda que 69% dos empreendedores dizem administrar as contas pessoais e da empresa separadamente, o que é considerada uma boa prática pelos especialistas em gestão financeira. Outros 15% dizem separar as contas pessoais e corporativa, mas relatam dificuldades em administrar as finanças pessoais. Já 16% dizem que não há essa separação.
O letramento financeiro dos empreendedores brasileiros
Os micro e pequenos empreendedores mostram bom conhecimento de importantes conceitos financeiros e econômicos que podem impactar os negócios, como risco e inflação. O nível de entendimento supera o verificado na média dos países que integram o G20.
Comparativamente aos demais países que integram a pesquisa, entretanto, o Brasil tem baixo desempenho quando o assunto é o entendimento sobre dividendos. Quando questionados se os “dividendos são parte do que um negócio paga para o banco para arcar com um empréstimo”, apenas 54,2% dos entrevistados brasileiros disseram que a frase era falsa, percentual inferior à média global e um dos piores desempenhos entre todos os países.
Digitalização
Se, antes da pandemia, as micro e pequenas empresas brasileiras somavam 27,7 pontos em uma escala de digitalização que vai de 0 a 100, atualmente já acumulam 70,9 pontos, ocupando o segundo lugar em um ranking com 14 países. Isso porque as medidas de distanciamento social levaram o segmento a um processo de rápida transformação digital para garantir o funcionamento e a perenidade dos negócios.
O Brasil teve o segundo maior crescimento relativo na escala de pontos: 43,2 pontos. A maior alta no período ficou com a Arábia Saudita: 45,5 pontos de crescimento para um score de 83,8 pontos.