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2024#25: Por que o halving do bitcoin importa?
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2024

#25: Por que o halving do bitcoin importa?

Vem aí o halving do bitcoin. Por que isso importa?

Imagem exibe vários balões de conversas coloridos com ícones de lâmpadas.

Imagem: Ivan Stajkovic no Canva

Esta semana, quando algum minerador completar o bloco de número 840.000 na blockchain do bitcoin - o que é esperado que ocorra entre 19 e 20 de abril - um evento crucial para o mundo cripto acontecerá automaticamente: o halving. Com potencial de mudar completamente a dinâmica do mercado e abrir caminho para mudanças históricas no valor do bitcoin, esse evento, que já aconteceu três vezes desde que a criptomoeda foi criada, ganha um "tempero" diferente em 2024. 

 

Isso porque a aproximação consistente entre a criptoeconomia e o mercado financeiro tradicional desenhou um cenário bem diferente daquele visto nos halvings anteriores. Os criptoativos caíram no gosto dos investidores institucionais nos últimos anos, movimento intensificado em janeiro de 2024, quando a chegada dos ETFs de bitcoin à vista sacudiram Wall Street e atraíram assets que administram mais de US$ 100 milhões em ativos. Hoje, o mercado global de cripto vale US$ 2,38 trilhões, e 51,9% desse valor está alocado em bitcoins.

 

Mas, para entender melhor o halving, é preciso voltar na história. Quando Satochi Nakamoto criou o bitcoin e sua rede blockchain em 2009, ele escreveu o código do software com algumas premissas. Uma delas é que os mineradores receberiam recompensas em bitcoin cada vez que conseguissem resolver os desafios matemáticos para validar mais um bloco na rede. A outra é que a quantidade de bitcoins seria finita, com um limite de 21 milhões de criptomoedas. Com isso ele criou um processo afinado de oferta, de recompensa e de geração de valor.

 

Para que essa dinâmica funcionasse, Nakamoto embutiu no protocolo da criptomoeda o halving. Esse mecanismo é acionado automaticamente sempre que 210 mil blocos são minerados, o que costuma acontecer a cada quatro anos. O halving reduz pela metade a recompensa que os mineradores recebem por bloco adicionado à blockchain e contribui para a escassez do bitcoin - um princípio fundamental que sustenta seu valor.

 

O halving de 2024 é o quarto halving da história do bitcoin, e o valor das recompensas dos mineradores diminuirá de 6,25 BTC para 3,125 BTC. Menos recompensas de mineração significa que novos bitcoins serão gerados mais lentamente - hoje, a média é de 900 bitcoins novos por dia -, levando a uma percepção de escassez. Isso pode aumentar o valor da criptomoeda se a demanda permanecer constante ou crescer.

 

Dos 21 milhões de bitcoins previstos por Nakamoto, cerca de 19,7 milhões já foram minerados (93,7%). Restam, portanto, 1,3 milhão de BTCs que, segundo estimativas, devem demorar até 2140 para serem totalmente minerados. Entre 2024 e 2140 estão previstos mais 29 halvings. 

Uma história de saltos 

 

A importância do halving fica evidente ao olhar os números. Após os halvings de 2012, 2016 e 2020, o preço da criptomoeda subiu cerca de 93, 30 e 8 vezes, respectivamente, desde o dia do evento até o topo do ciclo. A redução da recompensa pela mineração sempre gera um impacto na atividade dos mineradores (afinal, o custo da mineração é alto), para depois ganhar uma nova dinâmica e o valor da moeda subir progressivamente.

 

28 de novembro de 2012: o valor do bitcoin era de US$ 12,2 quando aconteceu o primeiro halving, e as recompensas caíram de 50 BTCs para 25 BTCs por bloco. Os mineradores foram inicialmente abalados, mas o mercado não parou. Em 2013, o valor do bitcoin subiu para US$ 1 mil.
 

9 de julho de 2016: o segundo halving reduziu a recompensa de 25 para 12,5 BTCs. O valor do bitcoin era pouco mais de US$ 640. Novamente houve agitação entre os mineradores, mas o mercado mostrou resiliência. No final de 2017, o preço do bitcoin saltou para US$ 20 mil.
 

11 de maio de 2020: o terceiro halving cortou a recompensa para 6,25 BTCs. O valor da criptomoeda, que estava em US$ 8,5 mil, subiu progressivamente até atingir o patamar histórico de US$ 69 mil em novembro de 2021.

 

Por que o halving de 2024 é diferente?

 

“O halving é o evento geek definitivo para os bitcoiners, mas a interação de 2024 vai além, porque a oferta reduzida, combinada com a nova demanda de ETFs, cria um coquetel explosivo”, disse Antoni Trenchev, cofundador da exchange de criptomoedas Nexo à CNBC.

 

Ou seja, há muito mais elementos envolvidos no halving de 2024.

 

  • Pela primeira vez, o valor da criptomoeda ultrapassou o valor recorde do período anterior antes do halving: US$ 69,2 mil em 6 de março; US$ 70,2 mil em 8 de março; e US$ 73,8 mil em 14 de março. Lembrando que a maior alta do bitcoin no período anterior foi de US$ 69 mil em novembro de 2021 (veja o gráfico abaixo).
     

Gráfico exibe um framework de inovação, listando ações possíveis para cada área das empresas de mercado de capitais.

Gráfico: Investopedia 

  • Há menos bitcoins disponíveis para negociação. Segundo a Coinbase, desde 2020 o nível de oferta de bitcoin disponível (a diferença entre os bitcoins circulantes e os bitcoins ilíquidos) tem apresentado tendência de queda. Tradicionalmente, os mineradores vendem bitcoin antes do halving para cobrir despesas operacionais (energia e equipamentos). Desta vez, no entanto, o valor alto do bitcoin fez com que os mineradores precisassem vender menos para atender às despesas. Agora eles têm até 1,8 milhão de criptomoedas em suas reservas.

  • As decisões do Federal Reserve sobre a taxa de juros americana podem aumentar o fluxo de investimentos na direção do bitcoin, já que taxas de juros mais baixas costumam incentivar a diversificação, o que beneficia as criptomoedas e os ETFs.

E qual vai ser o impacto desse novo halving no preço do bitcoin? Impossível dizer. Também é difícil ter clareza se o preço vai subir ou descer nos próximos meses. Segundo Trenchev, o fato do preço já ter ultrapassado o pico anterior dificulta prever a duração e a ferocidade desse novo ciclo, mas uma nova alta pode acontecer no final de 2024 ou início de 2025.

Porém, há quem faça apostas: a Coinpedia estima que, em abril, o valor pode atingir um valor mínimo de US$ 60 mil e máximo de US$ 79 mil, podendo chegar a US$ 120 mil no final do ano. Já Tim Draper, o conhecido investidor de risco do Silicon Valley, garantiu na semana passada, na Paris Blockchain Week, que o valor do bitcoin vai chegar a US$ 250 mil depois desse halving. Ele atribui o crescimento em boa parte à popularização dos ETFs. 

 Olhando para o cenário de forma mais macro, Brad Garlinghouse, CEO da Ripple, acredita que o mercado de cripto total pode dobrar de tamanho este ano, chegando a US$ 5 trilhões. Seja qual for o resultado, o halving do bitcoin é um evento que destaca a natureza programável da criptomoeda, diferenciando-a de ativos financeiros tradicionais. Embora o seu impacto direto possa ser mais pronunciado dentro do ecossistema de criptomoedas, as consequências indiretas têm potencial de influenciar o mercado financeiro tradicional, especialmente à medida que a intersecção entre finanças digitais e tradicionais continua a crescer. 

Para o seu radar:

  • Um levantamento da Chainalisys mostra que 60% dos bitcoins minerados estão retidos com seus donos, como um "ouro líquido". 
  • Está com tempo e quer aprender? Vale olhar o curso online de criptoeconomia da Kanga University com 80 lições, incluindo informações históricas, dados sobre protagonistas da criptoeconomia e dados de mercado. 
  • Para refletir: o que acontecerá depois que o último bitcoin for minerado?