Temos, claro, problemas graves para resolver. Da agenda
social à necessidade de aprimorar nossa competitividade
externa, são muitas as frentes nas quais precisamos
avançar. Mas a existência desses desafios não pode nos
impedir de apreciar a maturidade e estabilidade que
conquistamos nos anos recentes.
Essas conquistas são especialmente marcantes no
mercado de capitais. Para usar um pouco o jargão do
mercado financeiro, o Brasil hoje é, para os gestores
ao redor do mundo, uma alocação clássica, quase
convencional: temos instituições estáveis, um mercado
de capitais vibrante e bem regulado, um sistema
financeiro sólido e perspectivas de crescimento que
chamam a atenção de parte importante da comunidade
internacional.
Neste contexto, 2011 foi, para o mercado de capitais
e para a ANBIMA, um ano muito produtivo. Ao longo
de 2010, discutimos, em diversos organismos da
Associação, sugestões de medidas que poderiam
contribuir para aprimorar o papel do mercado de capitais
no financiamento de longo prazo, respondendo a um
chamado da sociedade brasileira, que discute alternativas
de financiamento para o Brasil. Em 2011, nasceu o
NMRF (Novo Mercado de Renda Fixa), iniciativa de
autorregulação da ANBIMA cujo propósito é justamente
contribuir para a criação de um mercado de dívida
privada de longo prazo.
O lançamento do Código do NMRF, que ocorreu em
outubro, foi um marco importante não apenas porque
transformou um projeto em uma iniciativa concreta. A
discussão da agenda de propostas da ANBIMA da qual
o NMRF era um dos pilares contribuiu para fortalecer
a interlocução da Associação com representantes de
outros setores da economia e do governo. Vale destacar,
neste sentido, a interlocução franca e construtiva
que caracterizou nossos fóruns de discussão com
representantes da Fazenda, do BNDES, do Banco Central
e da CVM, dentre outros órgãos governamentais.
O escopo da autorregulação também cresceu com outras
três iniciativas. Em janeiro, entrou em vigor o Código de
Gestão de Patrimônio, e em março entrou em vigor o
Código ABVCAP/ANBIMA para FIPs e FIEEs. Já no final do
ano, a Associação aprovou nova versão para o capítulo
de distribuição do Código de Fundos de Investimento, em
alteração que teve como objetivo fortalecer a figura e as
atividades das instituições financeiras distribuidoras de
cotas de fundos de investimento.
Há um traço marcante da conjuntura brasileira atual que
deixamos de perceber quando não levamos em conta
nossa história recente: ao contrário do que ocorria até a
conquista da estabilidade monetária, quando a agenda
de curto prazo consumia grande parte dos nossos
esforços, hoje temos condições e disposição para discutir
e planejar nosso futuro com mais tranquilidade.
Mensagem da Presidência
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Relatório Anual
ANBIMA
2011
Marcelo Giufrida
