Empresas brasileiras captam volume recorde no mercado de capitais em 2017
As companhias brasileiras captaram R$ 198,9 bilhões no mercado de capitais em 2017, sinalizando uma retomada nas operações. O volume é 59% superior ao captado em 2016 e é o maior desde 2010, quando as operações no mercado de capitais doméstico somaram R$ 243,9 bilhões, influenciadas por uma grande operação da Petrobras.
Ainda que o nível da atividade econômica do Brasil não tenha apresentado em 2017 uma recuperação satisfatória, as captações das empresas domésticas sinalizam uma melhora do ambiente para negócios no país, com grande parte dos recursos sendo destinados à melhora do perfil de endividamento das companhias, dado o cenário de menores taxas de juros, e à retomada dos investimentos, fator necessário para impulsionar o crescimento, em conjunto com o aumento do consumo das famílias.
Entre os instrumentos mais utilizados em 2017, as debêntures permaneceram em destaque, com participação de 44,3% sobre o total das captações, e crescimento de R$ 27,6 bilhões em comparação ao ano passado. Grande parte dos ativos (42,7%) foi destinada à reestruturação de dívidas, mas uma parcela significativa (41,3%) ainda foi utilizada como capital de giro.
As ofertas de ações ocuparam a segunda posição entre os instrumentos mais utilizados, e o volume de R$ 40,1 bilhões de 2017 foi 273,6% maior que o captado em 2016. Além disso, a maior parte dos recursos foi utilizada para investimentos (47,6%): aquisição de ativos, de atividades operacionais e de participações acionárias. As notas promissórias, letras financeiras e FIDCs também foram mais utilizados pelas companhias em 2017, em comparação ao ano anterior, enquanto os CRAs, CRIs e as captações com Fundos de Investimentos Imobiliários apresentaram redução nas operações na mesma base de comparação.
A captação de recursos no mercado internacional pelas companhias brasileiras também teve desempenho favorável em 2017. Foram captados US$ 32,5 bilhões, um crescimento de 60,4% em relação ao ano passado. Entre as operações com títulos de renda fixa (US$ 31,2 bilhões), mereceu destaque a participação das empresas, com operações que somaram US$ 23,1 bilhões. A maior parte das ofertas se concentrou na faixa de prazo de seis a dez anos e houve queda da taxa média das captações, que saiu de 6,7% em 2016 para 6% em 2017.