Empresas ampliam ofertas no mercado doméstico em março
As companhias brasileiras ampliaram a captação de recursos no mercado doméstico em março. O volume de operações tem apresentado recuperação desde o início do ano, superando levemente os bons resultados de 2017. Apenas em março, o volume de captações no mercado local chegou a R$ 12,7 bilhões, o maior volume mensal de 2018, e um montante 30,4% superior a março de 2017.
O segmento de renda fixa foi o preferido pelas companhias no período, refletindo os impactos da queda da taxa básica de juros sobre a composição da estrutura de capital das empresas. As debêntures foram os ativos mais utilizados em março, com uma movimentação total de R$ 9,3 bilhões. Em segundo lugar, aparecem as operações com notas promissórias, que chegaram a R$ 1,3 bilhão, e as de CRAs e CRIs, com totais de R$ 610 milhões e R$ 593 milhões, respectivamente. No mês, foram realizadas quatro operações com fundos de investimento imobiliário, classificados como produtos híbridos, no montante de R$ 621,55 milhões. A única operação com ações do mês, e de 2018, foi o follow on da CEMIG, com montante de apenas R$ 110,7 milhões. Esse resultado reflete a retração de algumas ofertas de ações previstas para o início de 2018, em função do aumento da volatilidade registrada no segmento e da retração de investidores estrangeiros, frustrando as expectativas de que as ofertas de ações fossem retomadas já no começo do ano.
Entre as principais ofertas do mês, em volume, estão as captações com debêntures da Ultrapar, de R$ 1,7 bilhão, da Xingu Rio Transmissora de Energia, de R$ 1,25 bilhão, da Viaquatro – Concessionária do Metrô de São Paulo, de R$ 1,2 bilhão, e da Claro de R$ 1,1 bilhão. Considerando os emissores que informaram a destinação dos recursos captados, a maior parte das ofertas de debêntures foi direcionada para capital de giro (34,8%), para o refinanciamento de passivo (34,0%) e para investimentos em infraestrutura (17,5%).
As captações externas de companhias brasileiras se desaceleraram em março, refletindo o mesmo movimento ocorrido ao redor do mundo, com o aumento da volatilidade nos mercados internacionais. A única operação no mês foi a captação com bonds do Itaú Unibanco, com volume de US$ 750 milhões. Ainda assim, o volume total captado no primeiro trimestre com títulos de renda fixa (US$ 9,8 bilhões) está muito próximo do realizado no mesmo período do ano passado (US$ 9,95 bilhões), e corresponde à maior parcela das operações brasileiras em 2018, com captações equivalentes a R$ 31,5 bilhões.