Debêntures respondem por 57% das captações em 2018
As captações domésticas neste primeiro semestre registraram um volume de R$ 105,6 bilhões contra R$ 71,1 bilhões do mesmo período do ano anterior, uma elevação de 48,6%. As debêntures responderam por 57% destas emissões, com montante de R$ 60,5 bilhões, diante dos R$ 29 bilhões captados no primeiro semestre de 2017. Nesta mesma base de comparação, também houve crescimento das emissões de Notas Promissórias, Letras Financeiras, CRI e Fundos de Investimentos Imobiliários. Por outro lado, houve queda nas captações de renda variável e dos demais ativos de securitização (CRA e FIDC). No mercado externo, foram registradas somente operações de renda fixa no total de US$ 12 bilhões, contra US$ 16 bilhões captados entre janeiro e junho de 2017.
Em junho, a continuidade do ambiente de maior incerteza e volatilidade limitou as operações no mercado de capitais, mesmo assim o total captado superou o de maio, R$ 20,8 bilhões contra R$ 16,2 bilhões. Deste montante, 46% corresponderam às emissões de notas promissórias com R$ 9,5 bilhões, a maior emissão deste ativo em um mês. Somente duas operações com Notas Promissórias responderam por R$ 9,3 bilhões, referentes as emissões da Enel Brasil (R$ 4,0 bilhões) e a Enel Brasil Investimentos Sudeste (R$ 5,3 bilhões), do setor de energia elétrica. As emissões de Notas Promissórias, que apresentam prazos mais curtos que as debêntures, são geralmente utilizadas em momentos de incerteza e volatilidade.
As emissões de debêntures corresponderam a um volume de R$ 8,0 bilhões, equivalentes à 13 operações, todas colocadas via instrução 476, e superiores ao montante emitido em junho do ano passado, que registrou R$ 7,2 bilhões. O destaque foi a captação de R$ 4,7 bilhões da Suzano Papel e Celulose, a segunda maior emissão registrada este ano. Em relação às debentures de infraestrutura o volume emitido em junho foi de R$ 480 milhões, referentes à duas series da Rio Paraná Energia. Neste primeiro semestre, o total captado das debêntures incentivadas foi de R$ 9,6 bilhões, contra R$ 2,1 bilhões do mesmo período de 2017, um aumento de 353%, e com 16 operações realizadas.
Quanto aos demais instrumentos em junho, os Fundos de Investimentos Imobiliários registraram um volume emitido de R$ 2,4 bilhões, contra R$ 1,4 bilhão do mesmo mês do ano passado. Os ativos de securitização (CRI, CRA e FIDC) captaram somente R$ 883 milhões contra R$ 6,4 bilhões em junho de 2017. Na renda variável não foram registradas ofertas pelo segundo mês consecutivo, frustrando aqueles que esperavam uma recuperação sustentada do mercado acionário, após os R$ 6,8 bilhões de IPOs registrados em abril. Também não foram registradas operações no mercado externo.